Varejo brasileiro cresce 2,5% em janeiro, com destaque para o setor de vestuário

Varejo brasileiro cresce 2,5% em janeiro, com destaque para o setor de vestuário

O comércio varejista brasileiro testemunhou um notável ressurgimento em janeiro, após uma queda acentuada em dezembro, de acordo com os dados recentemente divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As vendas registraram um crescimento de 2,5% no mês, superando as expectativas do consenso de analistas do LSEG, que projetavam um aumento de apenas 0,2%.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento foi ainda mais substancial, atingindo 4,1%.

No segmento do comércio varejista ampliado, que engloba veículos, motos, partes e peças, bem como material de construção, o volume de vendas também apresentou um aumento significativo de 2,4% na série com ajuste sazonal.

A média móvel trimestral, por sua vez, indicou uma melhora considerável, registrando um aumento de 0,8%, em contraste com o trimestre anterior que encerrou com uma leve queda de -0,1%.

O IBGE ressaltou que esse aumento representa a primeira alta estatisticamente significativa desde setembro do ano anterior, quando o crescimento foi de 0,8%.

Após esse período, o comércio passou por dois meses de estabilidade, seguidos por uma queda em dezembro.

Em janeiro, o setor estava operando 5,7% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, embora ainda estivesse 0,8% abaixo de seu nível recorde alcançado em outubro de 2020.

Dentre as oito atividades investigadas pelo IBGE, cinco apresentaram avanços em janeiro deste ano. Os destaques foram os setores de tecidos, vestuário e calçados, com um crescimento de 8,5%, e de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que registrou um aumento de 6,1%.

Estes setores foram os principais impulsionadores do resultado total do comércio varejista.

O segmento de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo também teve um desempenho positivo em janeiro, com um aumento de 0,9%.

Este segmento, que é de maior peso na pesquisa, registrou crescimento pelo terceiro mês consecutivo.

Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, destacou a amplitude de crescimento em segmentos que haviam sofrido quedas significativas durante a época do Natal, principalmente em tecidos, vestuário e calçados, móveis e eletrodomésticos.

Ele observou que esses setores, juntos, impulsionaram o crescimento do varejo em janeiro.

Santos ressaltou que o setor de tecidos, vestuário e calçados foi um dos mais afetados pela pandemia e ainda está longe de se recuperar completamente das perdas.

Em comparação com fevereiro de 2020, esse setor permanece 19,3% abaixo do nível pré-pandemia.

Além disso, Santos mencionou que a crise contábil enfrentada por grandes cadeias de lojas afetou negativamente o setor de tecidos.

Algumas empresas revisaram seus balanços no final de 2022 e ao longo de 2023, resultando no fechamento de lojas físicas e, consequentemente, afetando negativamente o desempenho do setor.

Outros setores afetados pela crise foram os de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que incluem lojas de departamento, bem como o de móveis e eletrodomésticos.

Mas a previsão é de que o varejo continue a crescer até o final de 2024, especialmente o setor de vestuário, abrindo assim, oportunidades para novos empreendedores que desejam atuar nesse mercado.

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